A nossa vida vai-se construindo com bons e maus momentos... cada dia, cada ano, é sempre uma nova aventura da qual nunca podemos adivinhar o fim. Há dois anos atrás, quando vos conheci, nunca eu podia imaginar que esta minha missão em Longomel me deixaria tão boas recordações, e tantas saudades. Eu sei que todos gostaríamos de guardar o prazer dos bons momentos para sempre, e que depois de uma aventura feliz fica sempre a sensação que esses foram os melhores dias das nossas vidas. Sei, porque é isso mesmo que sinto: que nunca mais terei um grupo de trabalho como o nosso, que aprendeu a viver cada dia de trabalho sem dar pelo passar do tempo, e chegar ao fim ansioso pelo dia seguinte. Eu sei...
Mas os meus 48 anos ensinaram-me algo que vocês ainda não sabem, só porque ainda não viveram o suficiente:
Aprendi que o futuro pode sempre ser melhor, mesmo que muito diferente daquilo a que já nos habituámos. Aprendi que a nossa felicidade pode depender muitos dos nossos bons companheiros, mas depende muito mais da nossa coragem e da nossa capacidade de saber aproveitar bem os bons momentos deixando simplesmente passar de lado tudo o que nos desgosta e desagrada.
Era assim que fazíamos quando as brincadeiras corriam mal, lembram-se?
É por isso que as nossas recordações se fixam sempre nos bons momentos, e deixamos as más lembranças lá bem no fundo da nossa memória. É por isso que eu guardarei sempre cá bem no cimo as imagens dos dias felizes que passei convosco, e tenho esperança que mesmo daqui a muitos anos, depois de muitas outras histórias felizes nas nossas vidas, nos possamos encontrar por aí e lembrar ainda estes tempos de escola que passámos juntos.
Agradeço à excelente equipa com que tive o privilégio de trabalhar: à Natália, ao Augusto, à Filomena, à Maria, à Elvira, à Helena, à Manuela Neto, à Ana Solposto, à Zélia, à Marta, ao Eduardo, ao João Varela, aos guardas Tomé e Canha, ao Sr. João Pinto, ao Sr. Manuel Cunca e à Direcção do Agrupamento pela constante disponibilidade e simpatia. Agradeço a todos os pais, mães e avós pelo carinho e consideração com que me acolheram.
Mas agradeço especialmente à Catarina Alves, à Catarina Saramago, à Rita, ao Gabriel, à Neuza, ao Nelson, à Rute, ao Zé Luís, ao Tomás, à Cristiana, à Tatiana, à Madalena, à Magda, ao João, ao Pedro, à Margarida Marques, à Margarida Morais e à Tânia por terem sido tão bons companheiros. Com a vossa simpatia e a vossa alegria saberão fazer da nova professora uma pessoa feliz no seu trabalho, tal como fizeram comigo, e desejo do fundo do coração que o próximo ano vos traga muitas alegrias e vos continue a encher de boas recordações. Lembrem-se sempre que a felicidade nem sempre é fácil, nem acontece por acaso: aprende-se e pratica-se em todos os momentos do dia.
Não me despeço porque estarei sempre por aqui. Vão escrevendo…
Ilustro esta minha carta com este agradecimento, brilhantemente produzido pelo Prof. Augusto e a quem deixo um grande abraço.
António Tomás